por Iana Ferreira | 14/05/17 | Retratos
Shitake, a tradição japonesa em terras
estrangeiras e tempos modernos
Senhor Wilson
Falo para o senhor Wilson o motivo de querer conversar com ele: o projeto Histórias Reveladas, em comemoração aos sete anos da feira e que pretende contar um pouco da história dos seus expositores.
Eu o aguardo traduzir a minha informação. Sinto que é uma fala estrangeira, estranha, que atravessa um oceano inteiro que existe entre nós. Tal como o oceano que atravessaram os imigrantes japoneses…? Talvez. Espero.
O shitake, cogumelo comestível nativo do leste da Ásia, também fez essa travessia. Cultivado há aproximadamente oitocentos anos pelos orientais, foi trazido para o Brasil pelos japoneses há apenas três décadas. (mais…)
por Iana Ferreira | 12/05/17 | Retratos
Sobre o amor pelo
alimento ou o amor que alimenta
Lídia e Petrúcio
Uma das primeiras coisas que Lídia conta é que é pedagoga por formação e culinarista por paixão. Nossa conversa vai acontecendo em intervalos compassados, entre o atendimento de levas e levas de clientes. A cada momento várias pessoas se juntam em torno de sua barraca e lá vai ela explicar temperos, combinações, opções veganas, tortas, hambúrgueres e os pães.
É incansável. Parece uma pequena abelha. Bate asas decidida, coordena, fala firme. Quando termina de cuidar e atender a todos, voa de volta a se sentar comigo. Agora vai trabalhar aqui, vai dar atenção à nossa conversa, se empenhar em me contar a sua história. Até o próximo enxame de outros clientes procurando o alimento que ela prepara. (mais…)
por Iana Ferreira | 12/05/17 | Retratos
Cervejaria Artéria, uma conversa
pulsante na Ecofeira
Ana e João
Uma bola rolou até os pés da mesinha de ferro onde estávamos sentados e fez chacoalhar algumas garrafas de cerveja e outras, mais altas e robustas, de cachaça. O choque da bola contra os pés da mesa produziu um tilintar que nos sobressaltou. Todas as mãos próximas se apressaram a pousar nos vasilhames de vidro para protegê-los. Sussurramos alguns comentários inquietos e sorrimos, nervosos. O menininho dono da bola pegou seu brinquedo de volta com um movimento lento e cuidadoso e olhos mais abertos que o normal. Algumas pessoas que caminhavam pela feira se solidarizaram vendo a cena e compartilharam comentários admirados: “Por pouco, né?”, “Nossa!”, “Uau, hein?”. (mais…)