Mas afinal, o que quer dizer “Om”?

“Om”, palavra usada comumente nos inícios de práticas de Hatha Yoga, Meditação, Satsangs (palestras), nas letras de Mantras, Stotrans, Bhajas, e também nas finalizações dessas práticas, como uma saudação, quando dizemos: ”Hare Om” e inclinamos nossas cabeças num gesto de reverência. Mas o que exatamente isso representa?
Em termos de significado a palavra “hare” quer dizer “salve”, assim como acontece no mais popular dos Mantras, o Maha-Mantra: “Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna, Krishna, Hare, Hare, Hare Rama, Hare Rama, Rama, Rama, Hare, Hare”, quando saudamos as Deidades Krishna e Rama. Em “Hare Om” acontece o mesmo,
saudamos o “Om”. Mas afinal, o que quer dizer “Om”?

“Om”, palavra que significa o princípio, a totalidade, o infinito, representa o som primordial de todo o universo. Som não é barulho, não é música, não é estouro ou zumbido. Som é sinônimo de vibração, onda, frequência, diferente de ritmo que é uma composição. Sendo assim, pela lógica das escrituras védicas, o universo é vibração, e essas mesmas escrituras, que representam um corpo de sabedoria tradicional, que existe desde que o mundo é mundo, afirmam que “Om” é a primeira frequência, o primeiro sopro vibracional.

Considerando que um átomo é um conjunto de cargas elétricas, portanto frequências de vibrações ligadas inteligentemente, e entendendo que cada ser, cada matéria deste universo são resultados de um sem fim de combinações de moléculas atômicas, é possível entender de uma forma contemporânea, o que a tradição
védica quer dizer com a palavra Totalidade.

Existe uma continuidade, um transbordamento do corpo físico para além da matéria em si. Essa continuidade permeia todo o universo. Os cientistas já sabem disso. E nós, seres humanos, atolados com nossos fazeres cotidianos, na nossa visão individual e limitada, não nos damos conta dessa Totalidade.

Sendo assim, a cada encontro, destes mencionados no primeiro parágrafo, saudamos o universo com a palavra “Om”. É como se neste específico momento, deixássemos de lado nossa individualidade para nos conectarmos com a potência vibracional que somos.

Neste momento recarregamos nossas energias para continuarmos a contribuir com a vida, através dos nossos atos, através de quem somos, pois sabemos, até mesmo o mais ignorante, que somos uma força cósmica universal, e é essa força que move nosso corpo, que vibra, que sente, que realiza. Faz até lembrar a canção “Força Estranha” de Caetano Veloso, quando diz no refrão: “…por isso uma força me leva a cantar…”.

“Om” é a palavra que nos convida a romper com nossas crostas de acúmulos traumáticos pois permite-nos abrir caminhos para remover a própria ignorância, remover os obstáculos dos nossos desafios e principalmente, nos transporta às áreas dos nossos corpos sutis, que pode vir a ser assunto para um próximo ensaio neste blog, talvez.

Quanto maior a conexão mental na hora de recitar a palavra “Om” maior é a equalização vibracional interna com o universo.

Somos como um diapasão em movimento e precisamos nos afinar nesta frequência ou viveremos engrossando cada vez mais nossa crosta traumática até chegar ao ponto de não haver mais o privilégio de ter esta consciência cósmica para nos conectarmos. Por mais doído que seja o momento de cada um, é sempre melhor encontrarmos uma forma de superação do que nos fecharmos. É uma livre escolha, é certo, mas podemos entender como se fosse um exercício de casa.

Sendo assim: “Hare Om”.


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Maria Leão
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